sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Velório terá mil jornalistas, estoque de flores e carros funerários de fora




A comoção em Chapecó é tão grande que são esperadas cerca de 100 mil pessoas nos arredores da Arena Condá na manhã de sábado, o que representa mais da metade da população local. Cerca de 20 mil terão acesso à parte interna do estádio.


Apenas para a cobertura do evento, mais de 900 jornalistas já estão credenciados. E o número deve chegar a mil até o fim de semana. Eles vêm de todas as partes do mundo e representam 14 países como China, Arábia, França, Espanha, México e Argentina.


Além das emissoras locais e dos principais veículos do Brasil, já estão em Chapecó profissionais que estão trabalhando para a CNN, Al Jazeera, Rádio Caracol da Colômbia, jornais argentinos, além das principais agências de notícias internacionais.


Prova da proporção da fatalidade é que personalidades mundiais devem estar presentes no sábado. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, confirmou a sua vinda. O técnico da seleção brasileira Tite também deve participar da cerimônia. Há ainda a expectativa de que o presidente da República Michel Temer e o presidente da Colômbia Juan Manuel Santos compareçam.


Na cidade, os serviços funerários já estão trabalhando em esquema de força tarefa. A funerária Stumer, por exemplo, não tem veículos suficientes para atender a toda a demanda das seguradoras que precisam de carros para levarem os corpos do estádio ao cemitério.


Por isso, vai pedir reforço nas localidades próximas. "Nós temos sete carros.
Para atender a todos, seriam necessários cerca de 30. Estamos pedindo de outras áreas", conta a assistente social do local, Suzi Stumer.


Outras preocupações são com as flores para que sejam confeccionadas todas as coroas que são feitas em três tamanhos: P, M e G. As mais pedidas são flores do campo, lírios e rosas. "Estão faltando flores. Estamos em contato com os nossos floristas. A demanda está 50 vezes maior", disse Suzi.


A Floricultura Aquarela ainda tem uma boa reserva de flores por conta de seus fornecedores, mas a proprietária está preocupada com a demanda excessiva. Josélia Fim disse que foram pedidos dezenas de orçamentos na última quinta-feira e a casa tem estrutura para confeccionar apenas oito coroas em um dia.


Na cidade, para dar conta de toda a operação, foi criado um Comitê de Trabalho em uma parceria da Chapecoense com a prefeitura municipal e o governo do Estado. Cerca de mil profissionais das Polícias Militar, Civil e Federal, Corpo de Bombeiros, Exército, Guarda Municipal e Força Nacional estarão trabalhando para garantir o bom andamento do cortejo e a segurança da população e de todos os envolvidos no velório.


"É uma das maiores operações da cidade. Serão 20 mil pessoas dentro do estádio e 100 mil no total. Teremos telões na área externa para as pessoas acompanharem. É muito doloroso, mas Chapecó vai dar conta, vamos conseguir nos reerguer", conta o vice-prefeito eleito da cidade, Elio Francisco Cella que tem participado das reuniões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário