quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Uma semana depois na chacina em favela no Serviluz, assassinos continuam foragidos

Uma semana depois na chacina em favela no Serviluz, assassinos continuam foragidos
Uma semana depois da chacina que deixou cinco pessoas mortas na zona Leste de Fortaleza, a Polícia não conseguiu, ainda, chegar aos criminosos. O caso ocorreu no bairro Serviluz, quando traficantes de drogas formaram um “bonde” e invadiram a favela Nova Estiva, fuzilando cinco moradores, quatro deles em via pública e outro dentro de casa. O crime ocorreu no último dia 11, por volta das 22 horas. Foram mortas as seguintes pessoas: Emílio de Paula da Costa, 28 anos; Francisco Marismar Alves dos Santos, 35; Raimundo Nonato Pereira Júnior, 32; Rafael Guedes Nogueira, 22; e Maurício Cassimiro da Silva, 23 anos. Todos foram atingidos por tiros de pistolas de diferentes calibres, além de escopeta 12. A ação dos integrantes do “bonde” teria sido em represália a um crime de morte ocorrido três dias antes, um sábado (dia 9), quando supostos integrantes da gangue da Estiva foram até a Rua Titan, no Cais do Porto, e mataram Márcio Rodrigues da Silva.
A vingança veio logo depois do fim de semana.
Uma pista. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com o apoio da Coordenadoria de Inteligência Policial (CIP), órgão do Estado-Maior da Polícia Militar, além da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

A diretora da DHPP, delegada de Polícia Civil Socorro Portela, informou ainda na semana passada que havia sim informações de que o quíntuplo homicídio poderia estar ligado a um caso de vingança ou represália pelo crime na Rua Titã. Segundo o relato de testemunhas, os bandidos que formavam o “bonde”, utilizavam, pelo menos, dois automóveis e três motos. Todos estavam encapuzados e chegaram na favela Nova Estiva gritando que era a “Polícia” e empunhavam suas armas de fogo.
Francisco Marismar Alves dos Santos e Raimundo Nonato Pereira Júnior estavam na entrada de um beco, junto a uma banquinha de venda de espetinhos de queijo assado, e foram os primeiros fuzilados. Em seguida, os criminosos se dirigiram até a Rua Vicente de Castro, onde invadiram uma das casas e executaram, na cozinha, o ex-presidiário Rafael Guedes Nogueira, que seria o “verdadeiro alvo” dos matadores. Já na fuga, quando retornavam para seus veículos, os matadores atiraram em mais duas pessoas. Uma delas, Maurício Cassimiro da Silva, caiu morto junto à linha férrea. O quinto baleado foi Emílio de Paula da Costa, que foi socorrido pelos vizinhos, mas morreu, logo em seguida, na Emergência do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), no bairro Papicu.
O “alvo”
Conforme as informações iniciais colhidas pela Polícia, Rafael Guedes Nogueira era acusado de envolvido em um crime de morte no Cais do Porto e seria também um dos traficantes daquela área da cidade. Ele estava na cadeia e havia saído de lá há pouco mais de uma semana. A mãe de Rafael, que testemunhou o filho ser fuzilado na cozinha de casa, informou que o rapaz estava tentando sair da vida de crimes e que ao deixar a cadeia passou a procurar trabalho. “Ele já havia conseguido uma vaga”, contou. Contudo, na favela existiam boatos de que ele teria sido um dos responsáveis pelo assassinato do traficante Márcio Rodrigues, na Rua Titã. No dia seguinte à chacina, bandidos do Cais do Porto se organizaram para revidar uma possível retalização da quadrilha da favela Nova estiva e, para se protegerem melhor, destruíram, a tiros, as lâmpadas da rede de iluminação pública da Rua Titã e outras próximas dali. Para os moradores do bairro, ouvidos pelo blogdofernandoribeiro.com.br, é “questão de dias” a vingança por conta da chacina. A Polícia Militar reforçou a segurança na área nos dias seguintes à matança, com efetivos do 8º BPM, BPRaio, BPchoque e BPTUr, mas, aos poucos, esse contingente vem diminuindo, o que eleva o risco de uma nova fuzilaria nas duas comunidades rivais.

Fernando Ribeiro

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